sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

'Daria alguns anos para dizer mais vezes que o amo', diz filho de Rossi


Amigos, familiares e autoridades começaram a se despedir, no começo da noite desta sexta-feira (20), do cantor Reginaldo Rossi, que faleceu em decorrência de complicações de um câncer de pulmão. O velório ocorre na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Centro do Recife, e foi aberto aos fãs por volta das 19h30. Em frente ao prédio é possível ver uma fila quilométrica de admiradores, que aguardam para dar adeus ao músico. Visivelmente emocionado, o filho do compositor, Roberto Rossi, lamentou a morte. “É triste, é uma perda imensurável. Eu daria alguns anos da minha vida para ter alguns anos a mais com meu pai, poder conversar com ele e dizer mais vezes que o amo”, disse.

Roberto Rossi ainda afirmou que o legado do pai vai ficar para todo o povo e não apenas para a família. “O que conforta é a história que ele construiu em quase 50 anos de carreira. Toda paixão e amor que ele tem por essa terra, por Recife e por Pernambuco. Minha mãe está muito triste. No meu caso é um filho que perdeu um pai e, para ela, é de uma mulher que perdeu um companheiro, um amigo, um marido, um amante, uma paixão, um amor e um ídolo também, porque minha mãe era fã do meu pai", comentou.

Filho do músico é consolado por amigos e parentes (Foto: Débora Soares/G1)Filho do músico é consolado por amigos e parentes (Foto: Débora Soares/G1)
O cunhado do cantor, Charles Marcelo, disse que nunca vai esquecer os finais de semana na Ilha de Itamaracá, no Grande Recife, local de reunião da família. "Ele trabalhava e viajava muito, mas quando estava por aqui, estava conosco em Itamaracá. Reginaldo era um cara muito família", lembrou.

O deputado estadual André Campos (PSB) se emocionou ao lembrar do cantor, de quem era amigo há quase 30 anos. "Eu conheci o Rossi em 1985 na campanha de Jarbas [Vasconcelos]. Até hoje sempre foi aquela figura alegre, que brincava com todo mundo. Um boêmio que gostava de beber, do cigarro, que gostava da farra e que alegrava todo mundo com suas músicas. Ninguém vai esquecer de 'A Raposa e As Uvas', os garçons hoje estão em luto".

Vice-prefeito do Recife afirmou que o cantor nunca renegou a origem pobre (Foto: Débora Soares/G1)Vice-prefeito do Recife afirmou que o cantor nunca renegou
a origem pobre (Foto: Débora Soares/G1)
"Para Pernambuco, para a cultura, para todos nós é uma grande perda Reginaldo Rossi, não só pelo talento, mas pela pessoa que ele sempre foi: animado, brincalhão, amigo, parceiro dos pernambucanos. Então, para nós é uma grande perda e é uma emoção estar no velório de alguém que iria querer estar aqui brincando com todos nós", acrescentou o deputado estadual Sergio Leite (PT).

O vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira, relembrou que o cantor nunca renegou a origem pobre, na comunidade dos Coelhos. "Hoje temos o estranho sentimento de estar perdendo sem perder. Quem deixa a obra que Reginaldo Rossi deixou, vive para sempre entre nós. Ele era uma pessoa única, que conseguiu fama sem jamais perder seus vínculos", destacou.

Segundo a família, o velório deve ficar aberto durante a madrugada e ser encerrado na tarde do sábado (21). Uma missa, mais reservada para família e amigos, está prevista para as 18h30 e o enterro, para as 20h. As cerimônias ocorrem no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, Grande Recife.

Fãs enfrentam fila no Centro do Recife para se despedir do artista (Foto: Débora Soares/G1)Fãs enfrentam fila no Centro do Recife para se despedir do artista (Foto: Débora Soares/G1)
Falência múltipla
Rossi morreu na manhã desta sexta-feira, no Recife, de falência múltipla de órgãos, decorrente das complicações de um câncer no pulmão direito. O velório será realizado a partir das 19h desta sexta-feira, no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco, na Rua da Aurora, bairro da Boa Vista, área central do Recife.
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morte de reginaldo rossi


O médico Jorge Pinho, um dos integrantes da equipe que tratou do artista, contou que o paciente vinha melhorando, mas, na quinta-feira (19), apresentou fadiga muscular e insuficiência respiratória, com queda no oxigênio. “Por isso nós tivemos que interceder para fazer nova intubação. Ele teve que respirar com a ajuda de aparelhos, tivemos que sedar o paciente, porque faz parte do protocolo”, esclareceu.

De acordo com Pinho, Reginaldo estava sedado, cercado de cuidados devido a essa piora no quadro clínico. “Mesmo com a hemodiálise sendo realizada, os rins dele não vinham respondendo. Ele estava anúrico, ou seja, sem urinar nada. Todos os órgãos têm que participar em harmonia para haver sucesso do tratamento”, afirmou. (G1)

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