quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Operadores de câmeras de segurança monitoram decotes e partes íntimas de mulheres em SP


Destinadas a coibir práticas criminosas e ajudar em investigações policiais, as câmeras de monitoramento ganharam outra finalidade na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo. Operadores do equipamento têm perseguido e dado zoom em decotes e partes íntimas de mulheres e adolescentes. A denúncia foi apresentada na tarde desta quarta-feira (11) pela vereadora Gabriela Palombo (PT), que acompanha a central de monitoramento desde junho deste ano, quando denúncias de que nenhuma câmera estaria funcionando chegaram ao gabinete dela. Nas imagens, é possível observar a câmera focada no decote de uma mulher, que passa a ser “perseguida” pelo equipamento. A mulher entra em uma loja e a câmera aguarda. Ao sair, volta a focar, dessa vez nas nádegas da mulher. Em outro momento, a câmera, permanece fixa durante 28 minutos entre as pernas de uma estudante, que está acompanhada do namorado e apoiada em um muro baixo. “O que a gente percebe nas imagens é o manuseio das câmeras por uma pessoa doente, que as usa para perseguir mulheres, para a satisfação de algum desejo. Uma total falta de coordenação e gerenciamento”, afirmou a vereadora. A sala de monitoramento contaria também com um arquivo de imagens desse tipo, intitulado como “filmagens das putarias”. A Prefeitura de Araraquara condenou a conduta e afirmou, em nota, que já teve conhecimento das imagens pela imprensa e deverá abrir uma sindicância, caso seja confirmado que as imagens pertencem ao sistema de videomonitoramento. A vereadora, que já entrou com uma representação frente o Ministério Público Estadual, irá entrar com uma ação no Ministério Público Federal, já que as câmeras foram compradas por meio do convênio federal. “Isso é um desvio de funcionalidade. Essas câmeras deveriam ser usadas para garantir ou ao menos contribuir com a segurança pública da cidade”, afirmou. (BN)

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